A Rede de Sementes do Cerrado (RSC) participou de uma série de visitas técnicas e reuniões no Território Kalunga, no norte de Goiás. As atividades, que aconteceram de 26 a 28 de junho teve como objetivo dar início ações que serão executadas pela RSC e Associação Nacional do Fortalecimento da Agrobiodiversidade (Agrobio) no âmbito dos projetos apoiados pelo edital Corredores da Biodiversidade, uma iniciativa do Floresta Viva, com o financiamento do BNDES e da Petrobras com a gestão do Funbio.
Coordenadora do projeto Sementes do Cerrado: Caminhos para o fortalecimento da cadeia de restauração ecológica inclusiva nos corredores de biodiversidade, Natanna Horstmann acompanhou os trabalhos desenvolvidos nas comunidades do território Kalunga nos municípios de Cavalcante e Monte Alegre de Goiás.
Além das reuniões para o alinhamento de estratégias e definição das famílias que receberão os Sistemas Agroflorestais (SAFs), a equipe realizou a coleta de amostras de solo em diversas áreas que serão implantados os SAFs. “A coleta é fundamental para a análise dos nutrientes e identificação das necessidades de correção do solo, garantindo melhores condições para o preparo das áreas e o plantio”, destacou Carlos Pereira, presidente da Associação Quilombola Kalunga (AQK), parceira do projeto.
A RSC irá implementar dez módulos de Sistemas Agrocerratenses (SACEs) no território, em complemento à implantação dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) previstos pelo projeto Biodiversidade e Cadeias Produtivas: restauração de áreas degradadas e sustentabilidade socioeconômica no Cerrado goiano (BIOCA), executado pela Agrobio. A iniciativa busca valorizar os conhecimentos tradicionais, ampliar a autonomia das comunidades e promover sistemas produtivos que integrem conservação ambiental e geração de renda.
“Acompanhamos uma importante rodada de visitas e articulações no território Kalunga. Passamos pelo Vão de Almas e Vão do Moleque em Cavalcante, além de várias comunidades em Monte Alegre de Goiás, conhecendo de perto os sistemas produtivos e as experiências que serão fortalecidas com a implantação dos SAFs e SACEs”, afirmou Natanna Horstmann. Para ela, “estes dias foram fundamentais para compreender, cada vez mais, o funcionamento das comunidades, ouvir as lideranças e aprofundar nossa relação com esse Cerrado vivo que queremos restaurar e proteger”, enfatizou a vice-presidente da RSC.
A presença da RSC nas ações integra sua estratégia de promover uma restauração ecológica inclusiva, voltada às pessoas, à diversidade dos territórios e à valorização das sementes nativas. As próximas etapas envolvem oficinas, capacitações e a instalação de módulos demonstrativos voltados à produção de sementes, alimentos e à conservação da biodiversidade.
Fotos: Alcileia Torres
Publicado em 30/06/2025