A Associação de Coletores Cerrado de Pé e a Rede de Sementes do Cerrado (RSC) realizaram, na região da Chapada dos Veadeiros, na última semana, o recolhimento de aproximadamente três toneladas de sementes de capins nativos. As sementes coletadas neste primeiro semestre, por 160 coletores da Associação Cerrado de Pé (ACP), são fundamentais para os projetos de restauração ecológica do Cerrado.
O recolhimento dos capins aconteceu nos municípios de Teresina de Goiás, Cavalcante e Colinas do Sul, além dos assentamentos Silvio Rodrigues e Ezuza, em Alto Paraíso. A vice-presidente da RSC e coordenadora do Núcleo de Produção de Sementes, Natanna Horstmann, explicou que grupos de coletores trabalham de forma organizada, enviando as sementes conjuntamente. "Eles estabelecem galpões provisórios para armazenamento e, em datas pré-definidas, entregam as sementes no local designado. Para ela, a entrega dessas sementes é a culminação de meses de trabalho no campo. “Receber este volume de capins nativos, coletado com tanto cuidado e dedicação pela ACP, nos permite avançar para as próximas fases da etapa de restauração”, concluiu a vice-presidente.
Para Jane Kelly Carmina dos Santos, que é coletora e responsável pela Casa de Sementes, a união fez a força na coleta deste ano. “A ACP fez um sistema de mutirões de coleta, então mais coletores conseguiram coletar. Esses mutirões ocorreram em áreas do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, e a maioria do capim que eu coletei foi neste processo, mas também consegui coletar algumas espécies próximas à região onde moro. Este ano, coletamos muitas espécies que são bem vendáveis, como o capim roxo, por exemplo”, acrescentou a moradora do Assentamento Sílvio Rodrigues, em Alto Paraíso de Goiás.
Próximas etapas
Jane Kelly detalha que, com o recebimento das sementes, o trabalho entra em uma nova fase. "O primeiro passo é a catalogação, onde registramos todas as informações para a rastreabilidade do lote: a espécie, a quantidade, o nome do coletor, o ano e a região da coleta", afirma. "Concluída essa etapa, avançamos para a homogeneização. Nesse processo, misturamos os lotes de uma mesma espécie para combinar sementes de diferentes matrizes e locais. Isso é fundamental para garantir um padrão de alta qualidade e maior diversidade genética no produto final que chega ao cliente”, finalizou.
Publicado em 13/08/2025