Visando contribuir com à ciência aplicada, conectando conhecimento científico e técnico com as demandas da sociedade a Rede de Sementes do Cerrado (RSC) participou, nos dias 16 e 17 de outubro, do XIII Encontro de Pesquisadores e Sociedade da Chapada dos Veadeiros (EPSCV), realizado no Campus da Universidade de Brasília (UnB Cerrado), em Alto Paraíso de Goiás (GO). O evento reuniu pesquisadores, estudantes, gestores públicos e organizações da sociedade civil para discutir desafios e soluções relacionados ao território com ênfase às Espécies Exóticas Invasoras (EEI) e à conservação da biodiversidade do Cerrado.

O encontro promoveu dois dias de intensas trocas de conhecimento. As atividades incluíram palestras sobre os impactos de animais domésticos na fauna nativa, as invasões biológicas em Unidades de Conservação (UC) e as estratégias de comunicação e manejo das EEI. Além disso, foi realizada uma oficina de trabalho sobre Espécies Exóticas Invasoras – Construindo Soluções, onde foram desenvolvidas atividades voltadas à prevenção, controle e articulação de esforços conjuntos para reduzir os impactos das EEI sobre a biodiversidade do Cerrado.

 O encontro promoveu dois dias de intensas trocas de conhecimento. (Foto: Divulgação)

A programação também abordou temas como a conservação das águas do Cerrado e a educação ambiental, com mesas de debate e apresentação de iniciativas locais. Em ambos os dias, o evento contou com intervenções artístico-culturais, com destaque para uma performance sobre racismo e diversidade, e a apresentação de uma banda regional da Chapada dos Veadeiros.

Presidente da RSC, Anabele Gomes, destacou a importância do diálogo entre ciência, restauração e extensão universitária. “Esse evento acontece anualmente e é um momento de compartilhar com a sociedade da Chapada os resultados do que temos desenvolvido no laboratório. É uma oportunidade de devolver um pouco do que pesquisamos e, ao mesmo tempo, de trocar experiências, compreender as demandas de quem vive na região e identificar como podemos contribuir”, destacou. 

Projetos

 Estagiárias e alunas de pós-graduação da UnB tiveram oportunidade de conhecer a Casa de Sementes (Foto: Divulgação)

O evento também marcou o início das atividades do projeto de extensão Estendendo a pesquisa a serviço da restauração ecológica: Semeando uma nova bioeconomia para o Cerrado, desenvolvido pelo Laboratório de Sementes Nativas e Restauração (LaSeNa/UnB) em parceria com a RSC e a Associação de Coletores Cerrado de Pé (ACP). “Aproveitamos a oportunidade para reunir a equipe, alinhar ações e apresentar a Casa de Sementes às estagiárias e alunas da pós-graduação que ainda não conheciam o espaço”, acrescentou a presidente da RSC. 

A coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da RSC, Jamily Pereira, destacou que este projeto busca fortalecer a cadeia produtiva da restauração ecológica no Cerrado por meio do desenvolvimento de pesquisas com sementes nativas e da capacitação de coletores e agentes locais nas etapas de coleta, beneficiamento, análise e armazenamento. “Foi um momento muito bacana para a equipe alinhar os trabalhos não só para o fim deste ano, mas também para o próximo. A ideia é priorizar as espécies de acordo com as necessidades da Casa de Sementes e começar a desenvolver atividades em conjunto. O espaço vai contar com um viveiro, e já estamos planejando como realizar testes e capacitar as pessoas que atuam lá para conduzir esses experimentos”, explicou Jamily.

Conforme Jamily, o propósito é construir o conhecimento de forma coletiva e colaborativa, unindo universidade, organizações e comunidades locais. “Trabalhar em parceria é primordial para que o saber circule e se fortaleça entre quem pesquisa, quem planta e quem vive o Cerrado”, completou.

A participação da RSC no evento demonstra o compromisso da organização com a restauração ecológica, fortalecendo parcerias e contribuindo com o debate técnico-científico em prol da conservação do bioma.